Independent Spirit Awards 2024: uma breve análise sobre possíveis vencedores e surpresas

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Vencedores levam para casa estatueta criada pela artista Carol Bosselman em 1986.

O excelente nível dos indicados ao Independent Spirit Awards desse ano faz com que a missão de prever os vencedores seja das mais difíceis. Acaba sendo, no final das contas, uma questão de identificação, pois a variedade de temas e estilos, todos nivelados em qualidade, faz jus ao que existe de melhor na vocação do cinema independente.

Entretanto, algo me diz que Vidas Passadas pode levar a melhor na disputa. O filme de Celine Song concorre por todos os seus méritos centrais (direção, roteiro, atuações) e é mais acessível do que, por exemplo, Segredos de Um Escândalo, que se faz presente na lista com o mesmo número de indicações. Vindo logo atrás, eu diria que está Ficção Americana, uma das gratas surpresas da temporada.

Em direção, minha aposta é que acontecerá uma dobradinha com melhor filme ou, então, uma celebração a Todd Haynes, cujo Segredos de Um Escândalo foi um dos grandes queridinhos da crítica, mas acabou, no geral, performando abaixo do esperado na temporada de premiações. Haynes está acima de qualquer suspeita e seu trabalho no longa vale um eventual reconhecimento.

Ao ter adotado o gênero neutro e fundido as categorias de interpretação somente em melhor performance protagonista e melhor performance coadjuvante, o Independent Spirit Awards, inevitavelmente, dificultou a missão dos afeitos a bolsas de apostas, inclusive porque não há, neste ano, pelo menos entre os protagonistas, favoritos ao Oscar como Emma Stone, Lily Gladstone, Cillian Murphy e Paul Giamatti.

Vejo um cenário em que Andrew Scott pode levar por sua bela performance em Todos Nós Desconhecidos (até para o filme de Andrew Haigh não sair de mãos abanando) ou em que Greta Lee seja reconhecida por Vidas Passadas, assim como não descartaria uma vitória para Natalie Portman por Segredos de Um Escândalo. Como membro da Film Independent, meu voto não foi para nenhum dos três, mas isso é assunto para outro post…

Os Rejeitados, de Alexander Payner, parece ser barbada em performance coadjuvante com Da’Vine Joy Randolph, uma vez que ela está com o Oscar praticamente na mão, assim como Dominic Sessa tem tudo para levar a categoria de performance revelação. O mistério é como o sempre ótimo Paul Giamatti, protagonista do longa, não conseguiu chegar entre os protagonistas finalistas. Outra aposta fácil é a de Zona de Interesse como melhor filme internacional.

Por fim, os prêmios técnicos parecem ser mais férteis para que filmes ainda menores, a exemplo de We Grown Now, Acampamento de Teatro e Monica possam garantir destaque. Seria justo, inclusive, que eles pudessem se sair vitoriosos em categorias como melhor montagem e fotografia. Mas, novamente, é tudo tão questão de identificação que fica difícil cravar francos favoritos.

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