Speed Racer

Direção: Andy e Larry Wachowski

Elenco: Emile Hirsch, Susan Sarandon, Christina Ricci, Matthew Fox

EUA, 2008, Aventura, 120 minutos, Livre.

Sinopse: Speed Racer (Emile Hirsch) é um jovem extremamente rápido nas pistas de corrida. Nascido para competir, Speed é agressivo, instintivo e destemido ao volante. O único oponente à sua altura é a lembrança de seu falecido irmão, o lendário Rex Racer, o qual idolatrava. Quando Speed dispensa uma lucrativa e tentadora oferta da empresa Royalton Industries isto deixa o dono da companhia, Royalton (Roger Allam), furioso. Logo Speed faz uma importante descoberta: que os resultados de algumas das corridas mais importantes da temporada são pré-determinadas por um grupo de magnatas impiedoso, que manipula os principais corredores para aumentar seus lucros. Com isso a única maneira de Speed salvar os negócios da família é derrotando Royalton em seu próprio jogo. Para tanto ele recebe a ajuda de Trixie (Christina Ricci), sua fiel namorada, e se junta ao seu antigo rival, o Corredor X (Matthew Fox), para enfrentar o mortal rally, que tirou a vida de seu irmão tempos atrás.

Essa produção é a primeira grande decepção da temporada, principalmente por conter inúmeras falhas em todos os seus setores. É difícil definir “Speed Racer”, o que basta saber é que o filme é totalmente insatisfatório, chegando apenas para provar que os irmãos Wachowski não são bons diretores e que a trilogia Matrix não passou de uma bela enganação.”

Depois de realizarem uma certa trilogia chamada Matrix, os irmão Wachowski se tornaram o principal referencial no mundo do cinema quando o assunto é efeitos especiais. Pra falar a verdade, eu que não sou fã da série, sempre desconfiei que os efeitos camuflavam um certo amadorismo dos irmãos atrás das câmeras. O tempo passou, eles sumiram, e só voltaram agora aos cinemas com esse aguardado Speed Racer. Pra começo de conversa, já digo logo de cara que a minha suspeita se confirmou – os Wachowski não têm talento nenhum para comandar outra coisa a não ser efeitos. Se ao menos em Matrix eu conseguia ser divertido com os absurdos visuais, aqui em Speed Racer eu não consegui. Tudo é inaceitavelmente falso e computadorizado, tirando assim todo o ritmo da história (que deveria ser empolgante) e o charme que o visual poderia exercer. Em certo ponto, até os atores parecem ter sido feitos por computadores, tamanha é a presença da tecnologia na produção.

Esse seria o filme que lançaria o jovem talentoso Emile Hirsch (que considero um dos mais talentosos para a sua faixa de idade) para o público maior, já que até então ele só atuou em produções menores como Heróis Imaginários e Na Natureza Selvagem. É uma pena que ele tenha escolhido um filme tão superficial e vazio; sem contar que o filme foi retumbante fracasso de crítica e não produziu o efeito esperado. Ele tem pouco o que fazer no papel do protagonista, principalmente porque o roteiro só dá emoções falsas e totalmente manjadas para o personagem. Ilustre mesmo só Susan Sarandon, em presença totalmente positiva, tornando-se a personagem mais querida da trama. De resto, temos um vilão forçado (daquele tipo que dá gritos, é ambicioso e sem escrúpulos), uma criança gordinha e engraçadinha que irrita, um macaco esperto (iguais aos que encontramos nos filmes de Sessão da Tarde) e a namorada bonita e pura. Tudo isso banhado com muitas lições de moral baratas sobre a importância da família, lealdade e amizade. O mais curioso de tudo é que isso é o que menos atrapalha em Speed Racer, uma vez que não chega nem a incomodar.

Infelizmente o resultado é pobre e no final das contas nem o visual consegue salvar o péssimo resultado. Óbviamente não posso negar que os efeitos são excelentes e realmente impressionantes em certos momentos. Sem falar que as corridas têm o devido impacto que mereciam. Todavia, é tanta explosão, tantas cores, tantos movimentos de câmeras incessantes e frenéticos, que é mais fácil o espectador ficar tonto do que conseguir se empolgar com alguma coisa. De positivo mesmo só alguns bons momentos, a presença de Sarandon e Hirsch e a trilha de Michael Giacchino. Acho difícil até mesmo as crianças entrarem no clima da produção. Não é um trabalho que recomendo, muito pelo contrário. Dos poucos lançamentos que tive a oportunidade de ver até agora, esse é o mais insatisafatório. Speed Racer é um excelente video game. Mas estamos falando de cinema.

FILME: 5.5

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7 comentários em “Speed Racer

  1. Weiner , acho que o Hirsch faz o que pode com o raso personagem. Sua interpretação é bem mediana. Destaco também a Sarandon e a trilha do Giacchino. Apesar de esses serem os pontos altos do filme, curiosamente são pouco para que o resultado do filme seja no mínimo satisfatório.

    Robson, a minha curiosidade também falou mais alto. Mesmo assim, a decepção foi imensa.

    Wally, acho que “Speed Racer” funciona melhor em DVD.

    Vinícius, sempre desconfiei de “Speed Racer”. Desde que seu primeiro trailer foi lançado. A minha expectativa quando a uma decepção foi confirmada.

    Louis, decisão mais do que acertada =)

    Kamila, na metade do filme eu já não suportava mais o Zequinha e Gordinho. Minha vontade era de matar aqueles dois hahaha.

  2. Ah, eu achei este “Speed Racer” uma boa diversão. O uso de cores berrantes não me incomodou e eu achei as cenas de corrida simplesmente sensacionais, mas nada que deixe a gente de queixo caído, como aconteceu durante “Matrix”.

    No entanto, concordo com você em um ponto. Achei bonitinho a primeira vez em que a dupla Zequinha e Gordinho apareceram na tela, mas, depois de tantas piadas, aquilo perdeu a graça e acabou prejudicando o andamento do filme.

  3. Ainda não assisti e francamente, devo esperar pelo DVD ;D

  4. As opiniões estão bem divididas, mas a maioria não gostou, o que é uma pena, já que torcia pelo sucesso desse projeto (e a bilheteria foi péssima, certamente é o maior fracasso do ano até o momento). Pelos trailers parece ser fraco, mas quem sabe eu não goste ao menos do visual… Abraço!

  5. Medo desse filme depois de sua crítica. E a do Weiner também não ajudou…

    Já estou pensando seriamente se vou vê-lo amanhã. Mas talvez pela Sarandon e por Hirsch, verei.

    Ciao!

  6. Matheus, não podíamos ter concordado tanto. Minha nota para tal esquizofrenia multicolorida foi 4,0. Eu não consegui enxergar veracidade na atuação de Hirsch, um ator que adoro, mas por culpa do roteiro pobre, ele mal pôde se expressar.
    A trilha é mesmo muito boa, esqueci de mencioná-la em minha resenha no blog.
    O máximo que Speed Racer pode ser é um videogame. Nada mais. E um bem enjoativo, que dói os olhos e cansa a mente com tanta explosão de cores.
    Os efeitos sonoros são fantásticos.
    Abraço!

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